A tabela abaixo resume a Matriz de Critérios para o Estadiamento da RCF, conforme o Modelo de Barcelona. Um feto é classificado no estágio mais alto para o qual ele atende a pelo menos um critério.
Estágio
Critérios Definidores
Estágio I
PFE < p3 **OU** (PFE p3-p10 **E** um dos seguintes: IP AUt > p95, IP AU > p95, RCP < p5)
Estágio II
Diástole **Ausente** na Artéria Umbilical
Estágio III
Diástole **Reversa** na Artéria Umbilical **OU** IP Ducto Venoso > p95
Estágio IV
Onda 'a' **Reversa** no Ducto Venoso
O algoritmo de Barcelona utiliza a velocimetria Doppler para detectar sinais de disfunção placentária e a resposta adaptativa fetal. O objetivo é diferenciar um feto pequeno saudável (PIG) de um com Restrição de Crescimento Fetal (RCF) patológica.
Centralização (Brain-Sparing): Em resposta à hipóxia, o feto redistribui o fluxo sanguíneo para órgãos vitais como o cérebro. Isso é detectado por um IP baixo na Artéria Cerebral Média (ACM) e resulta em uma Relação Cérebro-Placentária (RCP) diminuída, um marcador chave, especialmente na RCF tardia.
Deterioração Hemodinâmica: A progressão da insuficiência placentária leva a um aumento da resistência na Artéria Umbilical (IP elevado), progredindo para diástole ausente e, em seguida, reversa. Alterações no Ducto Venoso são sinais tardios e graves, indicando descompensação cardíaca.
A precisão do algoritmo depende da aquisição padronizada dos dados. Aderir a protocolos rigorosos é essencial.
Artéria Umbilical: Medir em alça livre do cordão, durante apnéia fetal, com ângulo de insonação < 30°.
Artéria Cerebral Média: Medir no terço proximal, com ângulo de insonação próximo a 0° e mínima pressão do transdutor.
Artérias Uterinas: Medir no cruzamento com a artéria ilíaca externa, com ângulo < 30°.
Persistência: Achados graves (diástole ausente/reversa, onda 'a' reversa) devem ser confirmados em avaliações subsequentes antes de basear decisões clínicas.